Futuro do Octacórdio
(Guitarra ou Violão de Oito Cordas)
Introdução
Foi quase sempre da colaboração entre instrumentistas, cons-trutores, investigadores, especialistas em acústica, musicólo-gos e, em geral, artistas criadores e homens de ciência, que surgiram alterações evolutivas em diversos instrumentos musi-cais. Tal como no passado e de modo semelhante ao que acon-teceu com outros instrumentos musicais, surgirão ainda altera-ções evolutivas no Octacórdio.
É nossa convicção que o futuro do Octacórdio está na concep-ção e construção de um novo instrumento que, tendo em conta a informação disponível, as observações e avaliação críti-ca dos violões ou guitarras de oito cordas do passado e do Oc-tacórdio Contemporâneo, obedeça a um novo paradigma aberto, mas bem definido e delimitado de acordo com os ob-jectivos a atingir.
Para tal, e tendo em conta o já referido anteriormente, o «No-vo Octacórdio» deverá reunir um conjunto de características organológicas que não se encontram reunidas, que se saiba, em nenhum instrumento construído até hoje, e as quais se enumeram sucintamente de seguida, definindo também parâ-metros intervalares para algumas das suas dimensões.10
Definição de parâmetros
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Implantação da «Caixa de Ressonância» entre os TRASTES XIII e o XV.11
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Tiro (comprimento de corda vibrante) entre 630mm (mínimo) e 644mm (máximo) que permitirá, ao facilitar as posições estendidas de mão esquerda que ultrapassam o quádruplo normal (posições em quín-tuplo ou mesmo sêxtuplo) executar novas posições de acordes de três, quatro ou cinco sons no estado fundamental ou nas suas inversões, se-quências harmónicas e outros agregados sonoros até agora impossí-veis12 nas guitarras com tiro de 664mm ou mesmo de 650mm como as actualmente mais conhecidas e tomadas como padrão.
Exemplos para melhor esclarecer o que está em jogo considerando a execução do se-guinte acorde sucessivamente transposto:
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O exemplo 1 é exequível em qualquer dos octacórdios experimentados.
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O exemplo 2 é inexequível em todos eles embora quase possível no que tem 640mm de «tiro».
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O exemplo 3 é de fácil execução em todos os octacórdios experimentados.
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O exemplo 4 é confortavelmente exequível no de tiro mais curto (640mm).
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Escala com 22 a 24 trastes (por exemplo: comprimento de 480mm para um tiro de 640mm com 23 trastes, corresponderá ao limite onde seria colocado o 24º traste. Se a opção for a colocação de 24 trastes o com-primento de escala deverá chegar a cerca de 490mm.13
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Largura da escala na Pestana Superior: Entre 69mm (mínimo) e 71mm (máximo).
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Largura da escala no traste XII: Entre 78mm (mínimo) e 82mm (máxi-mo).
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Marcação dos pontos14 na lateral superior da escala, junto ao «braço», nos sítios exactos onde se produzem os principais harmónicos (na di-recção exacta de cada barra metálica a considerar)15: trastes V, VII, IX, XII e XIX.
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Dimensões da «Caixa de Ressonância»:
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«Redondo menor» entre 244mm (mínimo) e 286mm (máximo).
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. «Redondo maior» entre 358mm (mínimo) e 390mm (máximo).
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. «Cinta» ou «Cintura»: Entre 214mm (mínimo) e 266mm (máximo).
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Distância entre a 1ª e a 8ª corda na «Pestana do Cavalete» ou «Palhe-tão» (medida exterior): entre 79mm (mínimo) e 81mm (máximo).
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Largura uniforme das «ilhargas», do nível do traste XVI até à «Cinta» ou «Cintura» do «Redondo menor»: entre 86mm (mínimo) e 98mm (máximo).
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Largura das «ilhargas», ao nível da junção de ambas: entre 86mm (mínimo) e 108mm (máximo).
Objectivos
O «Novo Octacórdio», tal como sucintamente descrito mais atrás, será, além de instrumento de concerto, também adequado à prática instrumental escolar no ensino especializado de música a todos os níveis (básico secundário, superior) e, pelas suas características novas e inéditas, poderá tornar-se o instrumento preferido de grande número de músicos profissionais e amadores de qualidade.
São estas as razões pelas quais se justificam iniciativas coordenadas no sentido do seu melhor conhecimento e divulgação.
Paulo Valente Pereira
Colares, 20 de Janeiro de 2022.

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